30 de julho de 2010

Conjunto paisagístico do Cálice em Pains é tema da educação patrimonial

Sugerido por Fernanda Macedo - Guano Speleo UFMG
CIDADE - PAINS

O Cálice, formação calcária com cerca de 60 milhões de anos, patrimônio tombado em 2008
Ele parece ter sido moldado. Sua forma é um brinde à visão deste patrimônio que lembra a taça em arenito do sul do Brasil. Dada a importância dessa bela visão e capricho milenar da natureza foi consagrado um dos pontos turísticos do município.  
Tombado em 2008 pela atual administração municipal, o Conjunto Paisagístico do Cálice, área com formação rochosa datada de 60 milhões de anos é tema da Educação Patrimonial, deste ano. Iniciada em março, será trabalhada até dezembro, nas escolas municipais.  
O tema propõe estudo e atividades voltados para o patrimônio, desenvolvidos dentro de cada disciplina.  
*Elaine Martins  
Mais informações:  
Chefe da Seção de Cultura - Renata de Paulo 37.3323.1220

Fábio Luis Bondezan da Costa
Biólogo - UFMG
Mestre em Ensino de Biologia - PUC Minas

27 de julho de 2010

Parque Estadual do Sumidouro é para todos

Sugerido por: Luciano Faria - Guano Speleo UFMG.
Maiores detalhes sobre o projeto do Sumidouro e sobre a 
nossa participação, clique aqui!

Augusto Franco - Repórter - 25/07/2010 - 11:42
CRISTIANO COUTO

sumidouro

Só agora o local passa a oferecer infraestrutura para receber visitantes
Às vésperas de completar 30 anos, o Parque Estadual do Sumidouro finalmente pode ser chamado de um lugar para todos. No início deste mês, a área foi, enfim, aberta ao público. Localizada na divisa dos municípios de Pedro Leopoldo e Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi criada oficialmente em outubro de 1980. Mas enfrentou décadas de conflitos pela desapropriação das fazendas que ficavam dentro dos limites da reserva, estruturação das trilhas e atrações turísticas.
Dificuldades que, agora, fazem parte do passado. As trilhas foram equipadas com escadas para acesso aos pontos mais íngremes, mirantes e placas indicativas. Os guarda-corpos e todas as estruturas de apoio são de eucalipto tratado, e grande parte delas “flutua” sobre trechos de cerrado e mata nativa.

Uma casa de apoio ao turista, na entrada do parque, e um centro de apoio a pesquisadores também foram abertos. Além disso, 11 moradores do entorno receberam treinamento para acompanhar os visitantes, já que a presença dos guias é necessária em alguns trechos. O custo é de R$ 5 por pessoa, negociável no caso de excursões.

O circuito turístico do Parque do Sumidouro, no entanto, só estará completo em janeiro. Até lá, a outra grande atração local, a Gruta da Lapinha, segue fechada aos visitantes. A caverna está recebendo nova iluminação e melhorias no acesso e nas escadarias.

Ao lado da entrada da caverna, um grande museu integrado a um centro de apoio ao turista está sendo erguido. O acervo, de mais de 15 mil peças - todas descobertas e catalogadas por Peter Lund - está na Dinamarca, e será entregue ao Governo de Minas Gerais pelo príncipe do país, aficcionado pelo tema. O custo da construção é de R$ 2,5 milhões.

O Parque do Sumidouro foi criado como contrapartida ambiental à instalação do Aeroporto de Confins. Ficou famoso pelas pinturas rupestres, feitas por homens das cavernas, e datadas de 4 a 7 mil anos atrás. As imagens estão em um paredão ao lado da Lagoa do Sumidouro.

A lagoa, em terreno cárstico, recebe vários cursos d’água e tem um sumidouro - espécie de ralo - por onde o líquido escoa. Pesquisadores ainda não descobriram para onde a água vai.
Igrejinha é promessa para o turismo

Erguida na primeira metade do século XVIII, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário fica na pequena localidade de Quinta do Sumidouro, onde está uma das entradas do Parque Estadual do Sumidouro. A igrejinha foi reformada no ano passado, e ainda aguarda pela recuperação de dez peças sacras para se tornar mais uma atração turística para o circuito de grutas da região.


A mais importante delas, a imagem principal da capela, já identificada pela Polícia Federal, está no acervo de um banqueiro de São Paulo. Apesar de já ter sido identificada pela Polícia Federal como peça de valor histórico e patrimônio cultural nacional, Estado e o atual proprietário se enfrentam na Justiça pela posse da peça. Enquanto o processo corre, a igreja segue fechada na maior parte da semana. Mas alguns pequenos detalhes já demonstram grande potencial na atração de turistas.

O autor-mor, em madeira, tem entalhes no estilo barroco rococó, semelhante às igrejas de Ouro Preto e Mariana, mas sem o ouro. Dois anjinhos entalhados em madeira e querubins na base das colunas em espiral também foram totalmente restaurados.

“Essa igreja é uma representante do início do ciclo do Ouro. Já tem elementos do barroco, mas foi erguida antes das grandes riquezas serem encontradas”, afirma o gerente do Parque Estadual do Sumidouro, Rogério Tavares. “A igreja estava caindo, e as peças foram roubadas em 1983, mas agora está como nova”, garante.

5 de julho de 2010

CIENTISTAS ACHAM BRINQUEDO SEXUAL DAS CAVERNAS - Antropospeleo

The 30,000-year-old siltstone phallus doubled as a tool to ignite fires as well as a sex toy.
Cientistas alemães fizeram uma
descoberta que pode provar que o
avanço intelectual dos homens - e
mulheres - das cavernas. Não foi nada
de tecnológico. O pessoal da
Universidade de Tubingen apenas
encontrou o que eles acreditam ser o
brinquedinho sexual mais antigo do
mundo.
Para remontar o falo de mais de 30
mil anos, eles tiveram de juntar mais de
uma dúzia de fragmentos. Um portavoz
explicou que o brinquedinho não
era usado apenas para diversão - ou
c o n s o l o .
N o s s o s a n c e s t r a i s

avançadinhos também o utilizavam
para acender o fogo. Não tinha fogão
elétrico naquela época, né?
Os cientistas dizem que, pelo
formato e por causa de um anel
colocado no fim da peça, resta poucas dúvidas sobre o real uso do artefato encontrado em uma
caverna próxima à cidade de Ulm.
A descoberta do brinquedinho sexual foi surpreendente já que exemplos de masculinidade da
época são raros de encontrar. Apesar de que em vários desenhos nas paredes das cavernas, os caras, há
mais de 30 mil anos, já retratavam as mulheres com seios mais avantajados do que o normal.
Era o mais próximo de uma revista de mulher pelada ou de um site pornô que o homem das
cavernas conseguia ter.

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  CONTEÚDO
15/06/2010
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- Arqueólogos da Universidade de Évora descobrem grutas com arte rupestre;
- Gruta do tempo de Cristo em Jericó;
- Marrocos: arqueólogos encontram sepulturas com 5.000 anos;
- Cientistas acham brinquedo sexual das cavernas;
- Parque Municipal Grutas de Bacaetava comemora 10 anos;
- Mortos em mina de carvão;
- Censo espeleológico;
- Peregrinação militar à Lourdes;
- Robin Hood voltou à moda, mas só no cinema;
- Foto do Leitor: Pequena fortificação de Smajdov Grad, Kranj (Eslovênia).

Cavernas encontradas no Parque das Mangabeiras abrigam espécimes raros

Enviado por Fernanda Macedo - Guano Speleo UFMG


Flávia Ayer - Estado de Minas
Publicação: 05/07/2010 06:41 Atualização: 05/07/2010 06:51
A bióloga Luana Silva e o químico Luciano Emerich em mais uma incursão para investigar as cavernas na região da Serra do Curral - (CRISTINA HORTA/EM/D.A PRESS)
A bióloga Luana Silva e o químico Luciano Emerich em mais uma incursão para investigar as cavernas na região da Serra do Curral
Engarrafamentos quilométricos, arranha-céus a perder de vista, o cinza do asfalto e o barulho ensurdecedor da metrópole escondem uma Belo Horizonte da era das cavernas. Esse pedaço pouquíssimo conhecido da cidade, que nos remete à formação do universo, está num dos pontos mais visitados da capital mineira, o Parque das Mangabeiras, no bairro de mesmo nome, na Região Sul da capital, mas fora do alcance dos visitantes. Um grupo de pesquisadores vasculhou, por dois anos, a maior área verde de BH atrás de lugares que, para um observador comum, poderiam ser simples buracos e encontrou cinco cavernas, uma delas no Parque Serra do Curral, vizinho ao Mangabeiras.

A descoberta mais recente, este ano, veio acompanhada de um intrigante vestígio: um osso que se assemelha à falange de um dedo humano.
A finalidade do estudo era investigar que tipo de vida habita ali, mas revelou muito mais. Além de achar os chamados troglóbios, espécies que vivem unicamente em cavernas, a equipe, composta por quatro biólogos e um químico, chegou a grutas raras, que não são feitas de rocha, mas de canga, formação geológica rica em ferro. Esse tipo de caverna é encontrado apenas na Serra dos Carajás, no Pará, e no Quadrilátero Ferrífero, na Região Central de Minas. “Ainda não se sabe como acontece o processo de formação das cavernas em canga”, afirma a bióloga Kátia Maciel Lima, justificando a importância de estudar e preservar esses lugares.

O conhecimento dos funcionários do parque sobre a área deu o traçado para o grupo: às vezes, a referência era apenas a existência de um “buracão”. Em vez de buraco, os pesquisadores se viram diante de belas cavernas, que uma das integrantes da equipe, a bióloga Luana da Silva, define como “quaisquer cavidades naturais que ocorrem em rocha ou canga e comportam a passagem humana”. A estimativa é que, numa expedição mais aprofundada, o número de cavernas da área verde, que tem 2,8 milhões de metros quadrados, suba de cinco para 50. Se comprovada a marca, o parque se transformaria em um dos maiores redutos de grutas em Minas. Em Belo Horizonte, essas cavidades moldadas pela natureza estão restritas ao Parque das Mangabeiras e à Mata do Cercadinho, no Bairro Buritis, na Região Oeste.

A maior caverna encontrada pelos pesquisadores, com 18,5 metros de comprimento, já havia sido registrada na década de 1980 na Sociedade Brasileira de Espeleologia. Próximas a ela, duas outras cavernas, de nove e sete metros de comprimento, foram identificadas, além de uma quarta caverna, no Parque Serra do Curral, com 16 metros. A recém-descoberta Gruta do Mirante, com nove metros de comprimento, no Mangabeiras, é a única formada pela rocha dolomito, da mesma família das rochas calcárias, tipos mais comuns no Brasil e que têm como representantes as grutas da Lapinha, em Lagoa Santa, e Rei do Mato, em Sete Lagoas.

Mas, embora seja de tipo mais comum, a Gruta do Mirante não se torna menos interessante. “Ela tem duas claraboias no teto, formando um jogo de luz muito interessante” , afirma o químico e apaixonado por espeleologia Luciano Emerich Faria. Na gruta foi encontrado um osso que se tornou grande incógnita para o grupo, pela semelhança com um osso humano. O material foi coletado e encaminhado para pesquisa. “Ele se assemelha muito à falange humana. Como a caverna tem abertura com o meio externo, fósseis podem ser trazidos até aqui”, afirma Faria, que, apesar de não descartar a possibilidade de homens pré-históricos terem habitado as proximidades, pondera que a conclusão depende de estudos mais aprofundados.

Fonte de pesquisa

Alimento para o imaginário popular, as cavernas são também combustível para a ciência e, só no Parque das Mangabeiras, oferecem material de sobra para pesquisa. Além dos ossos, materiais e seres vivos interessantes foram encontrados, como um pequeno anuro, confundido com a rã. Na estação seca, ele busca abrigo na escuridão e umidade das grutas. As aranhas têm cadeira cativa nesses recantos formados há milhões de anos, entre elas a aranha marrom, muito venenosa. Capaz de sobreviver sem luz, o fungo lignocelulíticos, especialista em decompor madeira, é o prato predileto de besouros e grilos.

Trata-se de um universo milimétrico, que muitas vezes passa despercebido aos olhos e pés de visitantes desavisados. “Isso dá noção da fragilidade das grutas”, alerta Faria. Mas, ao mesmo tempo, um mundo de conhecimento. “Podemos trazer diversas ciências para dentro das cavernas. A geologia vai olhar para as rochas, a arqueologia para os vestígios de ocupação, como as pinturas rupestres. A biologia procura as espécies que vivem nas cavernas”, explica Faria. Diante de tanto a ser descoberto, o alerta dos pesquisadores é para que essas cavernas, fechadas à visitação, continuem bem longe dos passeios turísticos. “Temos que conhecer e preservar. O acesso ao público traria um impacto grande”, afirma Kátia.

Carverna em ameaça


No país, há 7,3 mil cavernas, sendo que mais de um terço delas está no território mineiro. Mas, apesar da comprovada importância das cavernas para a ciência e a história, a legislação brasileira põe em risco a preservação de grande parte dessas formações. A lei classifica as cavernas naturais por quatro critérios de relevância: máximo, alto, médio e baixo. Apenas as de relevância máxima têm proteção garantida, sendo que as demais podem ser destruídas, com autorização do órgão ambiental. “As cavernas sofrem grande pressão das mineradoras, que não têm interesse em preservá-las”, ressalta a geógrafa Manuela Pereira, que acaba de se integrar ao grupo de pesquisadores sobre o assunto no Parque das Mangabeiras, em BH.

Curso

Para interessados em estudar espeleologia, o Centro Universitário UNA vai oferecer o curso de férias Introdução ao estudo de cavernas. As aulas ocorrem na última semana de julho, de terça-feira a domingo. São quatro dias de lições teóricas e, no fim de semana, a turma vai a campo explorar o universo das grutas e cavernas, no Parque Estadual do Sumidouro, em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de BH, e no Parque das Mangabeiras, na capital. A matrícula é de R$ 30 e o curso tem valor de R$ 210. Mais informações e inscrições pelo site www.una.br.