27 de julho de 2010

Parque Estadual do Sumidouro é para todos

Sugerido por: Luciano Faria - Guano Speleo UFMG.
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Augusto Franco - Repórter - 25/07/2010 - 11:42
CRISTIANO COUTO

sumidouro

Só agora o local passa a oferecer infraestrutura para receber visitantes
Às vésperas de completar 30 anos, o Parque Estadual do Sumidouro finalmente pode ser chamado de um lugar para todos. No início deste mês, a área foi, enfim, aberta ao público. Localizada na divisa dos municípios de Pedro Leopoldo e Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi criada oficialmente em outubro de 1980. Mas enfrentou décadas de conflitos pela desapropriação das fazendas que ficavam dentro dos limites da reserva, estruturação das trilhas e atrações turísticas.
Dificuldades que, agora, fazem parte do passado. As trilhas foram equipadas com escadas para acesso aos pontos mais íngremes, mirantes e placas indicativas. Os guarda-corpos e todas as estruturas de apoio são de eucalipto tratado, e grande parte delas “flutua” sobre trechos de cerrado e mata nativa.

Uma casa de apoio ao turista, na entrada do parque, e um centro de apoio a pesquisadores também foram abertos. Além disso, 11 moradores do entorno receberam treinamento para acompanhar os visitantes, já que a presença dos guias é necessária em alguns trechos. O custo é de R$ 5 por pessoa, negociável no caso de excursões.

O circuito turístico do Parque do Sumidouro, no entanto, só estará completo em janeiro. Até lá, a outra grande atração local, a Gruta da Lapinha, segue fechada aos visitantes. A caverna está recebendo nova iluminação e melhorias no acesso e nas escadarias.

Ao lado da entrada da caverna, um grande museu integrado a um centro de apoio ao turista está sendo erguido. O acervo, de mais de 15 mil peças - todas descobertas e catalogadas por Peter Lund - está na Dinamarca, e será entregue ao Governo de Minas Gerais pelo príncipe do país, aficcionado pelo tema. O custo da construção é de R$ 2,5 milhões.

O Parque do Sumidouro foi criado como contrapartida ambiental à instalação do Aeroporto de Confins. Ficou famoso pelas pinturas rupestres, feitas por homens das cavernas, e datadas de 4 a 7 mil anos atrás. As imagens estão em um paredão ao lado da Lagoa do Sumidouro.

A lagoa, em terreno cárstico, recebe vários cursos d’água e tem um sumidouro - espécie de ralo - por onde o líquido escoa. Pesquisadores ainda não descobriram para onde a água vai.
Igrejinha é promessa para o turismo

Erguida na primeira metade do século XVIII, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário fica na pequena localidade de Quinta do Sumidouro, onde está uma das entradas do Parque Estadual do Sumidouro. A igrejinha foi reformada no ano passado, e ainda aguarda pela recuperação de dez peças sacras para se tornar mais uma atração turística para o circuito de grutas da região.


A mais importante delas, a imagem principal da capela, já identificada pela Polícia Federal, está no acervo de um banqueiro de São Paulo. Apesar de já ter sido identificada pela Polícia Federal como peça de valor histórico e patrimônio cultural nacional, Estado e o atual proprietário se enfrentam na Justiça pela posse da peça. Enquanto o processo corre, a igreja segue fechada na maior parte da semana. Mas alguns pequenos detalhes já demonstram grande potencial na atração de turistas.

O autor-mor, em madeira, tem entalhes no estilo barroco rococó, semelhante às igrejas de Ouro Preto e Mariana, mas sem o ouro. Dois anjinhos entalhados em madeira e querubins na base das colunas em espiral também foram totalmente restaurados.

“Essa igreja é uma representante do início do ciclo do Ouro. Já tem elementos do barroco, mas foi erguida antes das grandes riquezas serem encontradas”, afirma o gerente do Parque Estadual do Sumidouro, Rogério Tavares. “A igreja estava caindo, e as peças foram roubadas em 1983, mas agora está como nova”, garante.

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