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O II Encontro de Espeleologia do MNHJB da UFMG realizado nos dias 17, 18 e 19 de setembro, em Belo Horizonte pelo grupo Guano Speleo, contou com a participação de grupos de espeleologia, órgãos governamentais, empresas de consultoria, instituições de ensino superior de Belo Horizonte e do Ministério Público. O evento teve o patrocínio das empresas Virtual Engenharia Ambiental, Senso Meio Ambiente e Oficina de Cartografia e com o apoio do Parque Estadual do Sumidouro.
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Foto á esquerda: Participantes do II Encontro –Fotografia: Fernanda Macedo.
No dia 17 de setembro, sextafeira, após as formalidades de abertura, o evento se iniciou com a apresentação de Luiz Eduardo Panisset Travassos (PucMinas) com a apresentação intitulada: “A importância cultural do carste e das cavernas” que discutiu como a paisagem cárstica e as cavernas podem ser percebidas de diferentes formas por várias pessoas.
No período da tarde, foram proferidas mais duas palestras. A primeira palestra intitulada “A conservação das cavernas brasileiras frente a uma nova legislação: um enfoque nos aspectos biológicos” ministrada pelo professor Xavier Prous (FAC Pitágoras) que tratou das implicações da nova legislação para a preservação das cavidades e seus possíveis resultados para a bioespeleologia. A segunda palestra da tarde foi ministrada por Sibele Sanchez, especialista em emergência pela UNIFESP, que tratou da importância do aprendizado de noções de primeiros socorros em áreas remotas, como no caso das cavernas.
Da esquerda para direita – Patrícia Reis Pereira (Diretora de Áreas Protegidas – IEF),, Mário Lúcio (Gerente de Unidade de Conservação Monumento Natural Estadual “Peter Lund”), Prof. Heros Lobo (UNESP) e atrás dele Leda Zogbi (Instituto do Carste). Foto: Fernanda Macedo.
No dia 18 de setembro, sábado, foram proferidas mais quatro palestras. A primeira do dia foi a palestra intitulada “Espeleoturismo e Manejo Sustentável de Cavernas” ministrada pelo professor Heros Lobo (UNESP) que tratou da importância do planejamento e gestão sustentável no espeleoturismo. A segunda palestra do dia “A efetividade sócioambiental da APA Carste de Lagoa Santa, por meio da análise de seus principais instrumentos de planejamento e gestão” que foi proferida pela mestre em Geografia (UFMG) e membro do grupo Bambuí Luciana Alt. A palestra tratou das dificuldades na gestão e controle sócioambiental da APA Carste de Lagoa Santa e levantou um desafio para as entidades protetoras na maior cobrança na efetividade da APA.
Palestra: intitulada “Espeleoturismo e Manejo Sustentável de Cavernas” ministrada pelo professor Heros Lobo (UNESP) – Foto: Marcos Tito. Após o almoço, ocorreu a palestra do coordenador da Promotoria Estadual do Patrimônio Cultural e Turístico (MG) Marcos Paulo Miranda intitulada “Leis e preservação de cavidades em Minas Gerais”. Esta palestra levantou grandes polêmicas em torno da nova legislação (Lei 6640) e o confronto entre os termos do Decreto Federal 99.556/90 e da Resolução CONAMA 347/04, além da legislação estadual que trata o tema, no contexto do processo de licenciamento ambiental e fiscalização. Levantou também a importância de um maior engajamento dos grupos de espeleologia de Minas Gerais na fiscalização e denúncia de situações irregulares em nosso estado.
Palestra: Marcos Paulo Miranda “Leis e preservação de cavidades em Minas Gerais”. Foto: Fernanda Macedo.
No domingo, dia 19 de setembro, último dia do evento, foi feito um trabalho de campo no Parque Estadual do Sumidouro, Unidade de Conservação (UC) localizada nos municípios de Pedro Leopoldo e Lagoa Santa. Fomos recepcionados pelo diretor, Rogério Tavares, que palestrou sobre a atual situação da UC (novos limites do parque, melhorias na infraestrutura, construção do receptivo, etc). Em sua palestra, Rogério, enfatizou as dificuldades encontradas na preservação e conservação deste patrimônio localizado em uma área de conflitos de interesses das mineradoras e da especulação imobiliária. Chamou atenção para o Projeto Lei 4870, de 17 de agosto de 2010, que ameaça o Parque. Este Projeto de Lei propõem a revisão da categoria de unidade de conservação de Parque Estadual para Área de Proteção Ambiental (APA). A mudança significaria por direcionar uma unidade de proteção integral a diferenciações na gestão e uso dos recursos naturais, o que diminuiria a restrição de usos na área e facilitaria a degradação ambiental. Entretanto, há um movimento que luta contra este projeto de lei. O movimento organiza um abaixo assinado contra o projeto: www.abaixoassinado.org/abaixoassinado/7035. Além da palestra do diretor do Parque foi feita a travessia entre a Casa Fernão Dias e a gruta da Lapinha. No trajeto foi observada a riqueza dos elementos paisagísticos e espeleológicos do parque. No fim do percurso visitamos a Gruta da Lapinha com o objetivo de conhecer a nova iluminação (LED) e a Gruta de Túneis onde se pretende criar um roteiro de visitas orientadas para pesquisadores.
Esperamos que as palestras e discussões levantadas contribuam para enriquecer, ainda mais, a espeleologia no Estado de Minas Gerais e porque não no país.