18 de maio de 2010

Gruta da Lapinha fechada para obras


Enviado por Luana Silva, membro do Guano Speleo UFMG.
Fechada à visitação, gruta de Lagoa Santa será reaberta com sistema de luz de última geração e equipamentos que vão permitir viagem à pré-história com todo o conforto do século 21 
Gustavo Werneck - Estado de Minas
Publicação: 16/05/2010 09:05
Obras naturais de milhares de anos ganham destaque com iluminação especial de 16 milhões de tons 
 - (MARCOS MICHELIN/EM/D.A PRESS 
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Obras naturais de milhares de anos ganham destaque com iluminação especial de 16 milhões de tons

Até o fim do ano, um dos pontos mais visitados de Minas estará fechado aos turistas, estudantes, pesquisadores e demais interessados nas belezas do patrimônio natural e cultural. Nesse período, a Gruta da Lapinha, em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, receberá uma série de melhoramentos na infraestrutura que vai realçar seus salões cobertos de estalactites e estalagmites, valorizar as formações calcárias datadas de 600 milhões de anos e criar condições para que o público seja bem recebido e possa conhecer, com todo conforto, essa joia da região cárstica. O primeiro equipamento ficará pronto ainda este mês, embora mantido, por enquanto, guardado a sete chaves. Trata-se de um sistema de lâmpadas do tipo LED (diodos emissores de luz) programado para gerar até 16 milhões de tonalidades. Um cenário que, sem dúvida, permitirá uma viagem ao tempo das cavernas com tecnologia de última geração. 

Com visitação anual de cerca de 20 mil pessoas, a Lapinha é a primeira gruta do país a ganhar um receptivo turístico especialmente construído para esse fim – os recursos de R$ 3,5 milhões são do governo estadual, dos quais R$ 800 mil investidos na iluminação. E mais: o 
futuro Centro Receptivo Peter W. Lund, nome em homenagem ao paleontólogo dinamarquês conhecido como doutor Lund (1801-1880), terá museu, reserva técnica do acervo, auditório, sala de reuniões, banheiros, vestiário, estacionamento e lanchonete. “Essas mudanças vão garantir mais agilidade na recepção dos grupos, segurança, redução de energia e de gastos com manutenção e maior destaque dos atrativos”, diz o gerente de Gestão de Áreas Protegidas do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Roberto Alvarenga. 

A movimentação de técnicos e operários é constante dentro e fora da cavidade, um dos expoentes da Área de Proteção Ambiental (APA) Carste de Lagoa Santa e do Parque Estadual do Sumidouro, a ser inaugurado em meados de junho. Ela faz parte também da Rota Lund, destino turístico que une o Museu de História Natural da PUC Minas, no Bairro Coração Eucarístico, Região Noroeste de BH, Parque do Sumidouro e grutas Rei do Mato (25 mil visitantes/ano) , em Sete Lagoas, e Maquiné (40 mil visitantes/ano) , em Cordisburgo, ambas na Região Central. Do lado esquerdo de quem chega à Lapinha, está o canteiro de obras do futuro receptivo, cuja pedra fundamental foi lançada há um ano. A construção substituirá o prédio existente na entrada desde 1969, que será demolido, tal sua precariedade. Todas as intervenções internas, segundo Alvarenga, se encontram em sintonia com o Centro Nacional de Estudos, Proteção e Manejo de Cavernas (Cecav), do Ministério do Meio Ambiente. 

Recepção
O receptivo terá três andares e uma passarela entre árvores, por onde os turistas vão chegar à gruta e já entrar no clima de aventura, diversão e conhecimento. É nele que ficará a exposição permanente com cerca de 70 fósseis do Museu Zoológico de Copenhague, que serão cedidos pelo governo da Dinamarca em regime de comodato. Durante as mais de quatro décadas em que viveu na região de Lagoa Santa, Lund enviou ao seu país uma coleção com 12.622 peças, a maioria encontrada na Gruta Lapa Vermelha, em Lagoa Santa, destruída por uma empresa, na década de 1970, para transformar o tesouro natural em sacos de cimento. O acordo para a transferência do material foi selado no ano passado pela coordenadora do programa Rota Lund e gerente de projetos da Governadoria, Natasha Nunes, pelo professor da PUC Minas Castor Cartelli e por autoridades dinamarquesas. 

A expectativa é de que a reabertura oficial da Lapinha, com todas as instalações físicas concluídas, ocorra em janeiro, embora não haja data para inauguração da exposição dos fósseis.


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